Operação Piànjú desarticula organização criminosa no ES e em outros três estados
Uma operação deflagrada na manhã desta terça-feira (15) para desarticular uma organização criminosa com atuação interestadual e internacional cumpre mandados no Espírito Santo e em outros três estados. De acordo com a investigação, o grupo agia como “prestador de serviços” de lavagem de capitais para outras organizações criminosas e movimentou mais de R$ 800 milhões.
No Espírito Santo a Operação Piànjú aconteceu de forma simultânea nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. Também foram realizadas buscas em endereços de envolvidos em São Paulo (capital, Santos e Jaguariúna), Ceará (Fortaleza) e Alagoas (Maceió). Ao todo, foram expedidos mais de 120 mandados judiciais que resultou na apreensão de veículos de luxo, embarcações e muito dinheiro.
Esquema
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPES), que também participa da operação, o grupo criminoso atuava de forma estruturada com a finalidade de praticar diversos crimes, como lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e particulares, inserção de dados falsos em sistemas informatizados, falsidade ideológica, estelionato e falsa comunicação de crime.
Durante dois anos de investigação, a Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos do Espírito Santo (DFRV/DEIC) comprovou que a célula da organização criminosa investigada – que atuava no Estado e era composta por dois grandes empresários capixabas, além de diversos outros membros – agia como “prestadora de serviços” de lavagem de capitais para outras organizações criminosas. Possuía, inclusive, ligação com empresas e pessoas investigadas e denunciadas no âmbito de diversas fases da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal.
Entre elas, a Operação Chorume, a Operação Descarte, bem como empresas que já foram investigadas por atuarem com os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama, além de uma empresa investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por desvios de mais de R$ 98 milhões em ICMS.
O esquema era realizado por meio de empresas de fachada e fictícias, que foram criadas valendo-se de identidades falsas expedidas pelo Setor de Identificação da própria Policia Civil do Estado do Espírito Santo. Para isso, a organização se aproveitava da precariedade do sistema atual de emissão de identidades civis. Os beneficiários da lavagem, ou seja, os “clientes” da organização, tinham os valores remetidos para contas de empresas na China e Estados Unidos.
Operação
A operação foi deflagrada pela Polícia Civil do Espírito Santo, por meio da Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV/DEIC) e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), mas tem apoio das Polícias Civis de São Paulo, Alagoas e Ceará e da Capitania dos Portos. Ao todo, participam 118 agentes, entre delegados, investigadores e agentes das Polícias Civis, além de promotores de Justiça e agentes do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Espírito Santo e de São Paulo.