Senadora Rose de Freitas nega envolvimento em crime de corrupção na Codesa
Investigada pela Polícia Federal durante operação que aponta desvio de recursos públicos na Companhia das Docas do Espírito Santo (Codesa), a senadora Rose de Freitas (MDB) negou qualquer tipo de envolvimento no esquema. Em comunicado divulgado no início da noite desta quarta-feira (12), a parlamentar disse ter sido surpreendida pelo mandado de busca e apreensão cumprido em seu apartamento funcional, em Brasília, na manhã desta quarta, e pelas prisões de seu irmão e de seu assessor, ocorridas no Espírito Santo.
Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão dos indícios de envolvimento de Rose de Freitas, que possui foro privilegiado por ser senadora. A Corte determinou ainda o sequestro de bens e valores dos investigados.
“Fui surpreendida hoje, às 9h, pelo mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro Nunes Marques, do STF, no meu apartamento funcional onde resido, em Brasília. Desconheço, até o momento, as razões do mandado e reafirmo não ter cometido qualquer ato ilícito ao longo dos oito mandatos exercidos na vida pública. Fui igualmente surpreendida pelas prisões de meu irmão e de meu assessor, realizadas no estado do Espírito Santo. Confio no restabelecimento da verdade e na apuração das possíveis motivações que ensejaram tamanha agressão. Identifico claramente uma tentativa de desabonar minha honra e dignidade”.
A parlamentar ressaltou ainda que está tomando as medidas legais cabíveis para esclarecer os fatos. “Não cederei a pressões de qualquer natureza, venham de onde vierem. Providências legais cabíveis estão sendo tomadas para que os fatos sejam devidamente esclarecidos e apurados. Sempre exerci com coragem, ética e dedicado trabalho os mandatos que honradamente recebi do povo do Espírito Santo. Todos os demais esclarecimentos serão prestados pelos nossos advogados, que se pronunciarão oportunamente”.
A Operação
Rose de Freitas é investigada no âmbito da Operação Corsários, que apura a atuação de uma suposta organização criminosa que atuava na Codesa entre os anos de 2015 e 2018, desviando recursos públicos em contratos firmados com prestadoras de serviços. A operação cumpriu dois mandados de prisão temporária e dez mandados de busca nos municípios de Vitória, Cariacica e Serra, no Espírito Santo, e em Brasília, no Distrito Federal.
Entre os detidos está o irmão de Rose de Freitas, Edward Freitas e o assessor Ricardo Saiter, presos na manhã desta quarta-feira. Edward Freitas trabalhou na Codesa até 2019, quando foi exonerado pelo atual diretor-presidente, Júlio Castiglioni.
Além do irmão e assessor de Rose, outra pessoa foi presa pelo crime de porte ilegal de armas. Segundo as investigações, o grupo teria movimentado valores por meio de um escritório de advocacia e utilizado a compra de imóveis de luxo para lavar dinheiro. Até o momento, em dois contratos, a PF mapeou cerca de R$ 9 milhões em desvios. Ainda de acordo com informações da Polícia Federal, a operação teve início a partir da denúncia de exigência de vantagens ilícitas por servidores da Codesa em contrato de locação de veículos.