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Indígena mapuche é eleita presidente da Assembleia Constituinte do Chile

A Assembleia Constituinte do Chile foi instalada neste domingo 4 na antiga sede do Congresso, em Santiago, após alguns incidentes entre policiais e pessoas que tentaram se aproximar do edifício. A indígena mapuche Elisa Loncón, professora da Universidade de La Frontera, foi eleita para o cargo de presidente da mesa diretora. O titular da vice-presidência ainda será definido.

A mapuche Elisa Loncón foi eleita na segunda rodada do escrutínio, depois de receber 96 votos dos 155 membros da assembleia. “Esta Constituinte transformará o Chile”, disse ela, ao enfatizar que este “sonho” será “representativo da pluralidade do país”.. A indígena, que compôs a lista de sete candidatos do povo nativo mapuche, afirmou que “trabalhará para garantir direitos sociais e para cuidar da Mãe Terra, entre eles o direito à água”.

A solenidade de instalação da Constituinte, presidida pela relatora do Tribunal de Justiça Eleitoral, Carmen Gloria Valladares, teve de ser interrompida por mais de uma hora durante a tarde e só foi retomada depois dela garantir que “não havia represssão, nem detidos ou feridos” do lado de fora do recinto.

Valladares suspendeu temporariamente a sessão depois que uma parcela dos membros eleitos para redigir a nova Carta deixaram a sala para exigir a retirada das forças especiais de segurança que patrulhavam o centro da cidade. Eles tinham sido informados da existência de incidentes entre policiais e civis que tentaram romper o cordão de segurança instalado nos jardins do antigo Congresso. Afirmando que todos queriam viver o momento de instalação da Constituinte como “uma festa democrática”, Valladares suspendeu os trabalhos.

Com cerca de três horas de atraso, a relatora do Tribunal de Justiça Eleitoral deu posse aos 155 integrantes, eleitos em maio passado. Eles têm a missão de redigir uma nova Carta Magna que irá substituir a Constituição elaborada durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), em vigor desde 1981.

As 77 mulheres e 78 homens que formam a assembleia, incluindo pela primeira vez na história do país 17 representantes indígenas, formam um  plenário heterogêneo. Cerca de 40% dos integrantes são cidadãos independentes, sem filiação partidária, mas de orientação política de esquerda. (fonte: Carta Capital)

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