Vereador mandou matar ativista porque ele faria denúncias contra ele e seu grupo político, diz delegado
O vereador Waldeir de Freitas (PTB) do município de Linhares, apontado como mandante do assassinato do ativista político Jonas da Silva Soprani, continua preso. Segundo o delegado Tiago Cavalcante, responsável pelo inquérito que investiga o caso, a morte foi encomendada porque Soprani faria denúncias que prejudicariam diretamente a imagem do vereador e de seus aliados na Câmara Municipal.
De acordo com o delegado, as denúncias do ativista ainda seriam feitas e só não foi concretizadas porque o vereador Waldeir de Freitas tomou conhecimento e deu ordem para matar o ativista e impedir que a deleção viesse à público. O vereador Waldeir de Freitas continua preso no Centro de Detenção Provisória de Colatina e a Polícia Civil de Linhares continua com a investigação.
“O Jonas tinha uma postura muito difícil para alguns vereadores. Era um indivíduo potencial complicador para alguns deles. Quem não estivesse na linha, ele denunciava. Era algo que atrapalharia diretamente Waldeir e seus aliados”, disse o delegado.
Em depoimento à polícia, Cosme Damasceno, que dirigia o carro com os dois atiradores, afirmou que esteve com o vereador antes e depois do crime, quando teria confirmado a ele que o serviço estava feito. “Waldeir bebia com Cosme, que daria carona para os executores. Ele sai desse bar no bairro Interlagos, vai para o bairro Shell, pega os executores, leva até o bar onde Jonas estava, no bairro Novo Horizonte e, após o crime, volta com os homens para o Shell. Depois, ele ainda vai para o bar onde estava com o vereador e confirma que o ativista estava morto”, narra o delegado.
Vereador fez postagem de luto nas redes sociais e foi ao velório do ativista
De acordo com o delegado a investigação mostrou que o vereador foi ao hospital para onde Jonas Soprani foi levado após ser baleado, aguardou a confirmação da morte e fez a publicação de luto nas redes sociais. Para o delegado o apoio à família e a presença no velório foram uma estratégia para não ser considerado suspeito.