Subsecretário da Agricultura do ES é investigado pela PF por acusação de receber mais de 800 mil em propina
O subsecretário de infraestrutura rural do governo do Espírito Santo, Rodrigo Vaccari, é investigado pela Polícia Federal por suposto recebimento de propina, no valor de mais de R$ 800 mil, para favorecer uma empresa em compra de álcool em gel no início da pandemia.
A Polícia Federal fez buscas e apreensões no apartamento de um condomínio da Enseada do Suá, em Vitória, onde mora o subsecretário. No apartamento, os agentes recolheram documentos e aparelhos eletrônicos.
Segundo a Polícia Federal, parte do dinheiro que o subsecretário recebeu no esquema teria sido usado na reforma de uma propriedade localizada em Nova Almeida, na Serra. Ela também foi alvo da operação deflagrada na manhã desta quinta.
Vaccari é investigado por suposto recebimento de propina para favorecer uma empresa de fachada na compra de frascos de álcool em gel, em 2020. Na época, ele fazia parte do comitê formado por integrantes do governo do Estado para o combate à pandemia, segundo a PF.
A compra teria sido feita sem licitação pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Foram adquiridos 400 mil frascos por mais de R$ 6,3 milhões. Segundo a Polícia Federal, houve superfaturamento. Sobre o valor de cada frasco, teriam sido acrescentados pouco mais de R$ 2.
O valor excedente passa de R$ 800 mil. Segundo as investigações da PF, essa teria sido a quantia que o servidor recebeu no processo de compra fraudulento. Nesta quinta-feira (17), ele foi afastado do cargo por meio de uma medida cautelar.
Defesa
Rodrigo Vaccari, se defendeu e disse ser um “equívoco grave” afirmar que houve superfaturamento na compra de álcool em gel durante a pandemia de covid-19. Na noite desta quinta-feira (17), Vaccari divulgou uma nota em que diz que “não se condena ninguém antecipadamente”. Ele afirma ser um “equivoco grave” dizer que houve superfaturamento.
É um equívoco grave afirmar que houve superfaturamento, tomando como base os preços do álcool em gel em períodos de normalidade. Outro grande erro é usar distorções para justificar suposições, como a compra de uma chácara com dinheiro proveniente de vantagens indevidas, quando a aquisição do bem é de mais de uma década atrás, portanto anterior aos fatos apurados. O cidadão de bem do Espírito Santo tem o direito de conhecer a verdade, e para isso não medirei esforços, declarou.
*fonte: Folha Vitória