ES confirma 1ª morte por febre do oropouche e registra mais de 3 mil casos
O Espírito Santo confirmou o primeiro óbito por febre do oropuche. A informação foi divulgada na tarde desta terça-feira (10), durante uma entrevista coletiva realizada pela secretaria de Estado da Saúde, sobre o quadro das arboviroses no estado. Desde a Semana Epidemiológica 13, quando foi confirmado o primeiro caso no mês de abril, até a Semana Epidemiólogica 49 (primeira semana de dezembro) – 3.117 casos da doença foram confirmados.
A vítima, uma mulher de 61 anos, morreu no dia 28 setembro (SE 35), cerca de 24 horas após o início dos primeiros sintomas e 11 horas depois de dar entrada no Pronto Atendimento de Fundão. Ela era moradora da cidade, localizada na Região Metropolitana do Estado e sofria de hipertensão arterial.
Segundo Rodrigo Rodrigues, diretor do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Espirito Santo (Lacen-ES), a evolução do quadro foi muito rápida. “Os outros dois casos de óbitos (1 descartado e 1 em investigação) relacionados ao Oropouche, eles apesar de terem relatado uma fase de 2 e 3 dias de sintomas até que fossem internadas, a evolução pós-internação também foi entre 11 e 13 horas, então, isso também foi uma coisa que chamou a atenção da gente, porque nos três casos a evolução foi muito rápida”, disse.
Ainda de acordo com o diretor do Lacen-ES, historicamente, o vírus circula no Brasil desde 1960 quando não existiam ferramentas para um diagnóstico eficaz, pelo menos na região extra-amazônica. Por esse motivo, muitos casos da doença podem ter sido sub-notificados até 2024 e apresentados como dengue hemorrágica, por exemplo, já que os sintomas são bastante parecidos.
Outro ponto importante é o fato de que esse caso, em especial, somente pôde ser investigado porque o laboratório recebeu amostras de sangue. “Nós iríamos falar que foi oropouche, mas entre falar que foi oropouche e que a pessoa morreu por causa do oropouche é um hiato muito grande. Só foi possível que nós pudéssemos investigar a partir do momento que nós recebemos essas amostras”.