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Polícia Federal investiga esquema de venda de produtos cirúrgicos reutilizados no ES

A Polícia Federal (PF) entrou na investigação sobre o esquema de venda de materiais cirúrgicos que eram reprocessados de forma ilícita para serem utilizados novamente em cirurgias ortopédicas de hospitais privados do Espírito Santo. De acordo com o superintendente regional da PF, delegado Ildo Gasparetto, a instituição trabalhará junto à Polícia Civil para elucidar o caso e pretende contar também com o apoio da Receita Federal.

Conforme explica Gasparetto, a Polícia Federal está em contato com o Núcleo de repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc), que deflagrou a operação Lama Cirúrgica, desde a semana passada. A partir das informações que já foram repassadas, o delegado afirma que há não só a possibilidade de as fraudes serem cometidas para além das fronteiras do Espírito Santo, como também de envolverem crimes que são de competência da PF, como contrabando e importação fraudulenta. “Há indícios veementes da existência desses crimes”, destaca.

Os documentos estão sendo analisados pelo delegado regional de combate ao crime organizado Vitor Moraes Soares e, no momento, não há novas informações. “Já pedi uma reunião com a Receita Federal e ainda essa semana deverei conversar com o delegado chefe para que cada órgão exerça sua competência de forma integrada”, pontua Gasparetto. Ele ainda acrescenta: “Muitas empresas podem ser utilizadas de alguma maneira para para trazer esse tipo de produto. Vamos analisar todos os dados. É um crime que causa indignação em todos, especialmente em nós, que temos o dever de investigar”.

Operação “Lama Cirúrgica”

Conforme o programa Fantástico mostrou neste domingo (28), a operação Lama Cirúrgica que foi deflagrada há duas semanas pelo Nuroc, tem tentáculos nos Estados Unidos. O material usado era revendido para hospitais privados, planos de saúde e médicos da Grande Vitória, a princípio, por duas empresas: a Alfa Medical e a Golden Hospitalar. Uma terceira empresa, a Esterileto, teria se associado ao esquema esterilizando materiais antes da revenda. Até agora, há provas concretas de que o Hospital Metropolitano, da Serra, recebeu os instrumentos usados.

As investigações começaram em outubro, após uma denúncia anônima. Os empresários Gustavo Deriz Chagas e Marcos Roberto Krohling Stein e o enfermeiro Thiago WaiynBus, da empresa Golden Hospitalar, que vendiam os produtos como se fossem novos, foram presos. Buscas também foram feitas na Golden e na empresa Esterileto. A polícia também encontrou carimbos de três médicos e um receituário assinado e carimbado por um quarto médico, só que em branco. A prática está sendo considerada suspeita e os quatro estão sendo investigados.

Fonte: G1ES

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