Brasil

Bolsonaro faz troca no comando de seis ministérios, entre eles o Ministério da Defesa

A “reforma ministerial” que o presidente Jair Bolsonaro realizou na segunda-feira (29) foi oficializada nesta terça (30), com a publicação no “Diário Oficial da União, ao todo o presidente trocou titulares de seis ministérios, sendo no Ministério da Defesa, Casa Civil, Advocacia-Geral da União, Justiça, Secretaria de Governo e Relações Exteriores.

As mudanças vêm depois de o chanceler Ernesto Araújo virar alvo de pressões dentro e fora do governo pelo desempenho ruim à frente da política externa do País e nas negociações por vacinas e pedir demissão do cargo. A vaga no Itamaraty será ocupada pelo embaixador Carlos Alberto Franco França, que estava na chefia da assessoria especial da Presidência.

Na tarde dessa segunda-feira (29), o general Fernando Azevedo e Silva também anunciou sua saída do Ministério da Defesa. A pasta agora será chefiada pelo general Walter Braga Netto, antes chefe da Casa Civil, que passará a ser comandada por Luiz Eduardo Ramos, que sai da Secretaria de Governo.

Para o lugar de Ramos, que vinha sendo o principal articulador do Planalto com o Congresso, entrou a deputada Flávia Arruda (PL-DF), reforçando a participação do Centrão no governo. Flávia, que atuava como presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), é uma das principais lideranças do PL, um dos partidos que integram o Centrão. O cargo ao Centrão é mais um gesto de Bolsonaro para o grupo, que tem hoje o Ministério da Cidadania, comandado pelo deputado João Roma (Republicanos-BA).

O então advogado-geral da União, José Levi, também pediu exoneração e a AGU voltará a ser chefiada por André Mendonça, que havia assumido a Justiça e Segurança Pública após a saída do ex-juiz Sérgio Moro. Levi deixa o cargo depois de se recusar a assinar a ação apresentada pelo presidente Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal para derrubar decretos editados pelos governos do Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul sobre “toque de recolher” para conter a disseminação de covid-19.

Com o retorno de Mendonça para a AGU, a pasta da Justiça será liderada pelo delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres, que ocupava o cargo de Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

Quem entra e quem sai

 

CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

  • Quem entra: general da reserva Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria de Governo
  • Quem sai: general da reserva Braga Netto, transferido para o Ministério da Defesa

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DA SEGURANÇA PÚBLICA

  • Quem entra: delegado da Polícia Federal Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal
  • Quem sai: André Mendonça, transferido para a Advocacia-Geral da União (AGU)

MINISTÉRIO DA DEFESA

  • Quem entra: general da reserva Walter Souza Braga Netto, atual chefe da Casa Civil
  • Quem sai: general da reserva Fernando Azevedo e Silva

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

  • Quem entra: embaixador Carlos Alberto Franco França, diplomata de carreira que estava na assessoria especial da Presidência da República
  • Quem sai: embaixador Ernesto Araújo

SECRETARIA DE GOVERNO DA PRESIDÊNCIA

  • Quem entra: deputada federal Flávia Arruda (PL-DF)
  • Quem sai: general da reserva Luiz Eduardo Ramos, transferido para a Casa Civil

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

  • Quem entra: André Mendonça, que já chefiou a AGU no início do governo e está atualmente no Ministério da Justiça.
  • Quem sai: José Levi, procurador da Fazenda Nacional
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