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Ideologia – Murilo Cabral Lacerda

A ideologia pode ser definida como uma forma de mascarar ou ocultar as contradições sociais e a dominação, invertendo o modo de processar o pensamento sobre algumas realidades. Durante a história da Filosofia, muitos foram os autores que trabalharam com a noção de Ideia como sendo a base do pensamento e do conhecimento.

Assim, Platão pensava, como Parmênides, que a ideia era o ser em si, a coisa mesma que mantém identidade consigo mesma, não muda, não se altera e permanece no tempo como sendo sempre a mesma. Mais tarde, já na Renascença, Descartes compreendeu as ideias como fundamento inteligível que era a base de toda cognoscibilidade.

Já Kant entendia por ideia tudo aquilo que a Razão poderia pensar, mas jamais conhecer, como Deus, Alma e Mundo. Hegel pensava a ideia como o infinito.

No entanto, para Karl Marx, ideias são valores que os homens criam segundo as suas condições materiais de existência. E esses valores são criados com um fim bem específico, que não é o de explicar a realidade, mas manter o status da propriedade privada e dos donos dos meios de produção. Daí deriva a noção de Ideologia.

Segundo essa forma de pensar, a realidade é constituída por uma luta de classes, causada pela divisão social do trabalho. As classes em conflito são as dos proprietários dos meios de produção e dos proletários, desprovidos de propriedade. Assim, para amenizar o conflito e manter o controle sobre a classe dominada, a classe dominante cria instâncias psicológicas, valores e ideias que procuram manter o seu objetivo.

O capital, oriundo da propriedade privada, necessita de mão de obra para continuar existindo, logo, os discursos são moldados segundo a visão daqueles que percebem a necessidade de perpetuar o esquema de dominação. A ideologia é uma forma de mascarar ou ocultar as contradições sociais e a dominação, invertendo o modo de processar o pensamento sobre algumas realidades.

Por exemplo, tem-se no senso comum a crença de que a mulher é o sexo frágil, assim se estabelece que sua estrutura física é mais sensitiva, intuitiva, do que a do homem e que portanto ela foi feita para a vida doméstica, os cuidados com o marido e os filhos.

É um modo de explicar a feminilidade pela função social. Ora, tal discurso foi elaborado em época em que os homens em guerra precisam de filhos para suprir o pai, princípio de autoridade, bem como de mão de obra, como dito acima. Assim, a sexualidade é explicada a partir de uma finalidade historicamente determinada, por condições sociais bem localizadas no tempo e no espaço.

Outro exemplo é a noção de liberdade e cidadania quando se concede o direito ao voto a todos os habitantes. Ora, liberdade implica em responsabilidade, fiscalização, compromisso político, constante observância das regras sociais e não apenas o direito de sair bonito na boca de urna.

Ocorre algo semelhante quando se confunde liberdade com consumo (basta ver as propagandas na TV em que a noção de liberdade está atrelada ao fato de se comprar um produto que irá proporcionar essa liberdade). E uma série de outras questões (homossexualismo como doença, virgindade e casamento como valores que asseguram a transmissão da propriedade, etc.).

A ideologia é, portanto, uma forma de produção do imaginário social que corresponde aos anseios da classe dominante como meio mais eficaz de controle social e de amenizar os conflitos de classe, seja invertendo a noção de causa e efeito, seja silenciando questões que por isso mesmo impedem a tomada de consciência do trabalhador de sua condição histórica, “formando ideias falsas sobre si mesmo, sobre o que é ou o que deveria ser”.

Palavras do nosso Santo Padre:

“Um aspecto fundamental para promover os pobres está na maneira como os vemos. Não ser um olhar ideológico que acaba usando os pobres a serviço de outros interesse político e pessoais. As ideologias terminam mal”. NÃO SERVEM.

As ideologias tem uma relação, ou incompleta, ou doente, ou ruim para o povo. As ideologias não assumem o povo. Então olhe para o século passado. Em que terminaram as ideologias? Em DITADURAS, sempre…Sempre. Pensa pelo Povo, não deixam o povo pensar.

“As Ditaduras pensam pelo povo, não deixam o povo pensar”

Texto adaptado, extraído, CABRAL, João Francisco Pereira. “Ideologia”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/ideologia.htm. Acesso em 25 de junho de 2019.

Murilo Cabral Lacerda

Pôs Graduado em Epistemologia Genética e Educação

Pôs Graduado em Docência do Ensino Superior

Pós Graduado Auditória e Perícia Contábil

Mestre em Contabilidade, Controladoria e finanças Pública

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