Raquel Lessa: “Atuação voltada para os municípios”
Reeleita para o seu terceiro mandato consecutivo ao receber 26.439 votos, Raquel Lessa (PP), 60 anos, analisa que o Espírito Santo de modo geral está muito bem, porém, que precisa melhorar em pontos da segurança e saúde públicas. Ela cita a questão da violência contra a mulher e da oferta de exames de alta complexidade no interior do estado para evitar deslocamentos e desafogar o atendimento na Região Metropolitana da Grande Vitória.
A parlamentar destaca que atua, levando por meio de indicações ao Executivo estadual, as demandas dos municípios. “Vou continuar a trabalhar dessa forma, sendo uma ponte para levar as necessidades locais para o governo. Sou municipalista, porque sei que é lá, em cada cidade, que conseguimos saber a real demanda da sociedade e assim atingir o macro, o Estado inteiro”, afirma.
Formada em administração, Raquel é casada, mãe de dois filhos e avó de três netos. Em 2022 teve uma grande tristeza com a morte da mãe, de quem ainda sente muita falta, mas a força para seguir em frente vem da família, com quem aproveita os momentos de folga da política. “Gosto de ir à praia, brincar com meus netinhos, namorar meu marido, bater papo com meus irmãos e sobrinhos. Enfim, uma vida comum dividida com meus amores”, ressalta.
Carreira política
O início na política se deu pelo incentivo do marido, que já foi prefeito de São Gabriel da Palha. “Ele dizia que eu levava jeito, porque sempre tive paciência em conversar com as pessoas, sempre fui atrás de consertar o que eu considerava errado”, lembra. Em 2002 candidatou-se a deputada estadual, recebeu 8.608 votos, todavia não se elegeu. A primeira vitória veio em 2004 para a prefeitura do município, sendo repetida em 2008.
“Lá, nunca uma mulher havia sido eleita nem para vereadora. Eu fui a primeira. Fiquei muito feliz e orgulhosa. Trabalhei duro, fiz um bom trabalho na região, sendo reeleita para um segundo mandato. Meu exemplo empoderou algumas mulheres da região e agora já tivemos outras prefeitas e vereadoras”, salienta.
Mulher na política
Raquel é uma das quatro mulheres na Assembleia Legislativa (Ales) na próxima Legislatura. Para ela, a participação feminina na política precisa aumentar. “A mulher tem coragem para trabalhar em tantos outros segmentos, mas na hora da política, muitas vezes não tem apoio do marido, da família e acaba desistindo”, lamenta.
Uma das coisas que é necessário mudar, segundo a deputada, diz respeito ao modo como os homens veem as mulheres na política. “No próprio partido, por conta da cota de 30%, alguns incentivam de forma errada como ‘quem sabe você não consegue uns votinhos da legenda’”, comenta. De acordo com a parlamentar, esse tipo de conduta acaba afastando as mulheres, que ficam com receio de não serem eleitas e acabam desistindo.
Na avaliação dela, já foi mais difícil para as mulheres se manter na política. A deputada reeleita considera que houve uma evolução nos últimos anos, entretanto, ainda há muito a avançar. “Temos ainda arraigado na sociedade que os homens têm mais qualificação na gestão pública, o que não é verdade. Sem querer desqualificá-los, mas nossa sensibilidade, organização, garra e instinto fazem com que tenhamos mais facilidade de fazer acontecer”, enfatiza.
Bandeiras
Para os próximos quatro anos de mandato Raquel vai prosseguir com a atuação municipalista. O trabalho na área da saúde e em prol das mulheres são outras bandeiras permanentes da deputada. “Agora seremos quatro com a chegada da Camila (Valadão) e precisamos estar unidas em busca de lutar por elas, por suas necessidades e contra a violência. Consequentemente, as famílias são beneficiadas com esse olhar feminino”, frisa.
Outro campo que terá atenção especial da parlamentar é a agricultura. “Sou filha de cafeicultor, mãe de cafeicultor e sei bem da importância desse setor para a economia do Espírito Santo”, explica. Ela fala que educação e esporte também estão entre as prioridades porque contribuem para tirar a juventude do envolvimento com as drogas e a violência, e que pretende permanecer com as ações em defesa das pessoas com deficiência.
Já em relação a projetos nas áreas citadas, a deputada adianta já haver ideias em desenvolvimento, contudo, explica que todas serão alinhadas com a equipe do gabinete após a posse dela. Além disso, que sempre antes de apresentar uma proposição é feito um trabalho de pesquisa e avaliação da proposta antes da mesma ser protocolada.
Relação com o Executivo
Integrante de um partido que fez parte da coligação do governador reeleito Renato Casagrande (PSB), Raquel reforça que tem “a melhor relação possível” com o chefe do Executivo estadual. Também ressalta que as pautas levadas para o Palácio Anchieta sempre são atendidas e tem confiança na permanência desse cenário.
Ela não acredita que Casagrande possa enfrentar dificuldades no diálogo com a nova composição da Ales. “Nosso governador é um homem que sabe ouvir e não acredito que ele tenha problema se os nossos colegas, mesmo que de oposição, saibam sentar para discutir pensando no melhor para o Espírito Santo. E o que eu puder fazer aqui para ajudar a sustentar esse diálogo entre eles, eu farei”, assegura.
Já quanto à ocupação de espaços na Assembleia, a parlamentar, que ao longo dos seus oito anos de mandato participou algumas vezes da Mesa Diretora e de várias comissões, menciona estar “à disposição para agregar” junto aos colegas quando necessário e que essa sempre foi sua postura nos cargos assumidos nos mandatos anteriores. *fonte: Assessoria de Comunicação Ales | Foto: Lucas S. Costa