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Reconstituição do assassinato de Marielle dura mais de 5 horas

A reconstituição do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, iniciada às 22h53 dessa quinta-feira (10/5), na esquina das ruas João Paulo I e Joaquim Palhares, no Estácio, região central do Rio, onde o crime foi cometido, terminou às 4h20 desta sexta-feira (11). O modelo da arma usada no crime, a distância e o ângulo em que os tiros foram disparados e até mesmo o grau de perícia do assassino são algumas das informações que os policiais da Divisão de Homicídios esperam obter com a reprodução simulada que durou cinco horas e meia.

A imprensa não pode acompanhar a reconstituição, da qual participaram peritos da Polícia Civil e delegados da Delegacia de Homicídios do Rio, que investiga o caso. O local do crime foi cercado com lona preta e fotógrafos tentaram fazer registros a partir de prédios das imediações – mas pelo menos duas árvores atrapalham a visão de cima. Ao final, nenhum participante da simulação concedeu entrevista à imprensa.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que não presenciou o crime mas chegou ao local minutos depois, participou da reconstituição, assim como a assessora de Marielle – que estava com ela no carro quando o crime ocorreu e sobreviveu ilesa – e outras testemunhas do crime.

Às 2h51 foram ouvidos os primeiros tiros – uma rajada deles. Foi usada munição verdadeira para que os peritos avaliassem a repercussão sonora e outras circunstâncias. Foram disparados tiros em outros quatro momentos – tanto rajadas como tiros pontuais.

“Essa atividade (a simulação) é muito importante principalmente em investigações complexas como esta”, explicou o delegado Giniton Lages, da Divisão de Homicídios, responsável pela investigação do crime. “Como não temos a imagem do momento do crime, a reprodução simulada é uma ferramenta imprescindível”, disse.

A reprodução usa armas e munições reais justamente para que as testemunhas possam identificar, por exemplo, o modelo da arma usada no crime por meio do som dos disparos. “Que tipo de disparo foi realizado? Era uma rajada? Era intermitente?”, exemplificou o delegado, que conversou com os jornalistas um pouco antes do início da simulação. “Essas são perguntas importantes para a continuidade das investigações.”

O trânsito nas imediações da esquina das ruas João Paulo I e Joaquim Palhares, no Estácio, no Centro, foi interditado às 20h04, mas os preparativos começaram muito antes, por volta das 10h. Lonas pretas, grades de proteção e sacos de areia foram dispostos na área ao longo do dia.

O espaço aéreo sobre a área foi fechado e até o uso de drones foi proibido. A circulação de pedestres também foi interditada e mesmo o trânsito de moradores foi restrito durante toda a simulação. Cerca de 200 homens da PM e do Exército foram mobilizados, sacos de areia foram dispostos para conter os disparos. Um Gol branco foi levado ao local pela Polícia Civil para se passar pelo veículo em que Marielle estava no momento da execução.

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