Réus do “Caso Cidinho” são condenados a mais de 19 anos de prisão
Já era 20:35 da noite quando a juíza Lívia Savergnini Bissolli Lage leu a sentença do julgamento dos réus no caso “Cidinho”, foram mais de 10 horas de debates entre acusação e defesa, e depoimento de testemunhas. No início do júri, a magistrada leu a síntese do processo (00014025-21.2017.8.08.0045) e foi realizado o sorteio do corpo de jurados, formado por 5 mulheres e 2 homens. Cídio Pereira Faria, 20 anos foi morto com 5 tiros nas costas na madrugada do dia 19 de março de 2017, em frente a uma lanchonete no centro de São Gabriel da Palha. Os acusados se apresentaram a polícia dois dias depois do crime.
Os acusados chegaram no Fórum algemados e sob escolta da Sejus, no salão do Júri, duas testemunhas prestaram depoimento e caíram em contradição por diversas vezes, em seguida o réu Luan Berguer Passarelli foi interrogado, ele é acusado de participar do crime conduzindo o autor até o local e após dando fuga em sua própria moto; o interrogatório durou cerca de 20 minutos. O réu Caio Cesar Mariani, acusado de ser o autor dos disparos não esteve presente dentro do salão do júri á pedido da defesa. Caio César, foi condenado a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão e Luan condenado a 19 anos e 3 meses, ambos em regime fechado.
O Ministério Público apresentou suas provas ao corpo de jurados, mostrando partes dos depoimentos que constam no processo em que as testemunhas entraram em contradição por diversas vezes; também foi mostrado as imagens das câmeras de segurança que mostraram as cenas do crime. O promotor Gustavo Monteiro de Barros, disse que há evidências no processo que comprovam que a morte de Cidinho não foi causada por uma discussão por causa de um pedido de lanche; de acordo com o promotor, a morte da vítima estava planejada desde a saída da boate Petrus, onde a vítima e acusados se divertiam na noite do crime. As imagens mostram o trajeto feito pelos acusados, o momento dos disparos e a fuga. Uma das provas apresentados pelo Ministério Público, foi as roupas que os acusados estavam usando no dia do crime, que sumiram.
Os advogados de defesa dos réus alegaram que as provas apresentadas pelo Ministério Público são irrelevantes, dizendo que as imagens de vídeo monitoramento que mostram o momento do crime não servem como provas e que vazaram em grupos de Whatzaap; a defesa disse ainda que as imagens mostradas não podem identificar os autores e podem ter sido manipuladas, os advogados alegaram que a polícia não investigou o crime. O pai do réu Caio Cesar Mariani, conversou com a reportagem e acredita que as provas apresentadas pelo Ministério Público não foram suficientes para a condenação.