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Vereador de Linhares acusado de ser mandante do assassinato de ativista se entrega á polícia

O vereador de Linhares Waldeir de Freitas Lopes, de 59 anos, acusado de mandar matar o ativista político Jonas Soprani, foi detido nesta segunda-feira (29), após se entregar na Chefatura de Polícia, em Vitória. Waldeir estava foragido desde maio deste ano. No momento em que se apresentou na delegacia, o vereador estava acompanhado de sua advogada.

O ativista Jonas Soprani foi morto no dia 23 de junho do ano passado, em um bar no bairro Novo Horizonte, em Linhares, Norte do Espírito Santo. As investigações foram conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Linhares e apontaram quatro suspeitos de envolvimento no crime, sendo dois executores, um intermediário e o mandante. Um assessor parlamentar da Câmara Municipal de Linhares, de 48 anos, foi detido no dia 12 de agosto do ano passado, no bairro Shell, no mesmo município.

Um dos atiradores foi morto durante uma troca de tiros com policiais militares no dia 03 de agosto do ano passado, no mesmo local. O vereador chegou a ser detido no dia 29 de julho do ano passado, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, durante um curso, mas teve a liberdade concedida após um mês de detenção. Ainda sobre o crime, irmãos gêmeos foram presos no dia 20 de julho do ano passado, no bairro Vila Prudêncio, em Cariacica, mas um deles foi solto pela Justiça.

O inquérito policial foi concluído em julho de 2021 e remetido à 1ª Vara Criminal de Linhares. O vereador será encaminhado ao Centro de Triagem de Viana, onde ficará à disposição da Justiça.

Relembre o caso

O ativista político Jonas da Silva Soprani foi assassinado a tiros na noite de 23 de junho de 2021. Ele foi atingido por vários disparos efetuados por dois homens encapuzados, quando estava em um bar, no Bairro Novo Horizonte (BNH). Ele era ativista político e atuava fiscalizando políticos da cidade, o que causava incômodos, inclusive ao vereador, como aponta o Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

No dia 20 de julho, a Polícia Civil chegou até os suspeitos da execução: os irmãos gêmeos Cosme Damasceno e Damião Damasceno. De acordo com o MPES, que ofereceu denúncia à Justiça, as investigações apontaram que Waldeir de Freitas foi o autor intelectual e mandante do crime.

Foi apurado que ele auxiliou em parte da execução, no dia do homicídio, indicando exatamente o local onde a vítima estaria. O crime foi cometido com a participação de dois intermediários, além dos dois executores. Todos foram denunciados pelo MPES.

Ainda segundo o Ministério Público, durante a apuração do caso, ficaram comprovadas as relações entre o primeiro intermediário, Cosme Damasceno, e o vereador. Cosme trabalhou na campanha eleitoral de Waldeir, foi nomeado por ele para trabalhos políticos e recebia ajuda de custo mensal, sem nenhuma contraprestação. Nos meses que antecederam ao crime, Cosme esteve ao menos oito vezes de forma registrada na Câmara de Linhares, para visitar o vereador.

O carro utilizado pelos executores para cometer o crime pertencia a Cosme, que, inclusive, dirigiu o veículo após o homicídio e fugiu do local com os outros dois denunciados. A Polícia Civil encontrou o carro utilizado no crime em Cariacica, no dia 5 de julho de 2021, doze dias após o homicídio.

Na ocasião, também foi encontrado um veículo com o brasão da Câmara de Vereadores de Linhares estacionado ao lado do carro de Cosme. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi solicitada a parar esse veículo da Câmara no retorno para Linhares, e, com isso, verificou que Waldeir de Freitas, um assessor dele e um advogado estavam no automóvel. *fonte: Folha Vitória

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